Sofrendo com o exagero de limites Outros não têm limite algum
De acordo com a psicóloga especializada em atendimento ao adolescente, Camila Novaes, a adolescência é uma fase em que o jovem se sente saindo da proteção dos pais, quer viver o novo, impressionar os mais velhos e a rebeldia é a opção escolhida. “Muitos adolescentes não tiveram a proteção e o cuidado inicial dos pais, a maioria viveu em ambientes familiares ou na comunidade bastante violentos e aprenderam que essa era a maneira de viver no mundo – sempre com agressividade. Além da paciência e do carinho, eles também não tiveram boa alimentação, boa escola etc. Já outros tiveram toda nutrição, todo o cuidado material, mas faltou o mais importante que é o limite”, observa, destacando o desafio dos pais em saberem se doar com tolerância, mas também ensinando a criança a ter limites. “E isso deve ser feito na infância, pois o reparo na adolescência é mais difícil”, acrescenta O sociólogo Gey Espinheira acredita que mesmo diante das notícias de adolescentes envolvidos com atos de violência e homicídios, a proporção ainda seja pequena, embora, preocupante. “Houve momentos em que tivemos maiores problemas com delinquência juvenil, hoje temos um quadro de violência instituído, sobretudo em bairros populares, em que falta mediação social em casos de conflitos. É na mão grande que as pessoas resolvem as suas pendências e conflitos”. Segundo ele, as estatísticas confirmam que os jovens são mais vítimas do que causadores de danos, entretanto tem se expandido a cultura da vingança e do valor da fama, em lugar da honra, “o que faz as pessoas se posicionarem de modo a impor uma imagem de respeito pelo medo, para tanto se utilizam de expedientes violentos para impor a imagem construída com gestos fora do comum, como portar armas e consumir drogas e fazer uso da violência quando necessário. Deve-se entender qualquer situação em que a vontade imposta requisitar o uso da força, ou quando um outro se tornar obstáculo à realização de algum objetivo”, diz frisando que em determinados bairros da cidade, os jovens são convocados por traficantes a formar força de defesa do ponto de venda do tráfico na competição com outros traficantes e isso forma, desde cedo, pessoas voltadas para a luta armada entre quadrilhas - a juventude corre risco quando estas situações se alastram e perduram. Reflexos de questões sociais são o que mais aumentam a problemática. Falhas no sistema educacional, saúde precária, pouca oportunidade de emprego estão entre as dificuldades apontadas pelos especialistas. No Brasil, a maioria dos adolescentes infratores é pobre e tem baixa escolaridade.
sexta-feira, 18 de abril de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário