sexta-feira, 25 de abril de 2008

Testes aprovam repelentes elétricos contra mosquito da dengue
Saymon Nascimento, do A Tarde On Line

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Uma pesquisa sugerida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária ao Inmetro, avaliou, em março, dez marcas de repelente elétrico presentes em cinco estados brasileiros, incluindo a Bahia. Os repelentes são aqueles pequenos aparelhos ligados na tomada para vaporizar inseticida. Foram realizados testes de eficácia contra o mosquito da dengue, o Aedes Aegypti, e de concentração do teor ativo. Todos os produtos foram aprovados.
Apesar da aprovação, especialistas alertam para os riscos do uso em excesso de inseticida. De acordo com o otorrinolaringologista Sandro Torres, do Hospital Espanhol, os repelentes elétricos podem provocar danos à saúde.
"Esses aparelhos são feitos com grau de toxicidade mínimo, para não prejudicar os seres humanos, mas quem tem asma e rinite não deve usar nunca. O quadro dessas duas doenças pode ser agravado se o paciente tiver contato com o inseticida vaporizado. Se a pessoa não tiver a doença, mas por algum motivo apresentar sensibilidade respiratória ao produto, pode ter irritação nas mucosas nasais", explica.
No caso de inseticidas em spray, os danos podem ser maiores: "Em casos extremos, a inalação excessiva do produto pode provocar lesões nos ouvidos, rins e fígado". Já o inseticida vaporizado pelos caminhões fumacê produzem danos superficiais: "A exposição prolongada pode provocar irritação a mucosa nasal, na traquéia, e desencadear crises de rinite. A pessoa pode ter obstrução nasal, falta de ar e irritação nos olhos".
Ainda assim, o médico defende o uso do fumacê para o combate a dengue. "Ao contrário dos inseticidas domésticos, o produto do fumacê consegue matar grandes populações de mosquitos. Quando uma pessoa aplica um aerosol em casa, a ação é apenas imediata. Já os repelentes podem ter esses efeitos colaterais, e não atingem todos os mosquitos", afirma Torres. De acordo com os testes do Inmetro, os repelentes elétricos eram aprovados se conseguissem afetar 50% dos mosquitos expostos.
Produtos - Para a empresa Reckitt Benckinser, que produz os repelentes SPB e Mortein, aprovados pelo Inmetro, a eficácia dos inseticidas é conseguida com um uso combinado do aparelho elétrico e do spray. "A ação do aerosol em superfícies pode chegar a 12 horas, mas no ar o efeito é instantâneo. O consumidor deve aplicar o spray no ambiente para matar os mosquitos, e ligar o repelente, para impedir que outros insetos fiquem no local, explica a gerente de inseticidas da multinacional, Patrícia Macedo.
Patrícia acrescenta que os produtos tem níveis de substâncias tóxicas dentro dos níveis estabelecidos pela Anvisa, para que não haja danos a seres humanos normais. "Os repelentes têm capacidade para espantar mosquitos num espaço de até 10 metros quadrados, e podem ser ativados por pastilhas de papel, que duram em média até 12 horas, ou por um líquido, cujo tempo de ação pode chegar a 45 noites de 10 horas cada. O consumidor deve sempre deixar uma saída de ar, para que os mosquitos possam sair do ambiente".
Para usar o spray, ainda segundo a gerente de inseticidas, o consumidor deve manter o ambiente vaporizado vazio por 15 minutos após a aplicação, e depois ventilar o local. Para combater o mosquito da dengue, o aerosol pode ser aplicado diretamente no vaso das plantas.
MarcasForam avaliados e aprovados pelo Inmetro os seguintes repelentes: Baygon, Jimo Anti-Inset, Mat Inset, Mortein Rodasol, Pirinset, Raid Protector, SBP e Straik Eletrik.

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