Posto de Plataforma fechado e o povo sofre
Isto é um absurdo, um desrespeito com o ser humano”. O desabafo é da dona-de-casa Débora de Oliveira Pereira, 34 anos, ao se deparar, na manhã de ontem, com o informe: “Estamos sem médicos”, fixado no portão trancado, da Unidade de Emergência no bairro de Plataforma, que mais um final de semana permaneceu fechada e causou transtornos aos moradores do subúrbio.Quem precisou de atendimento teve que se deslocar ao Hospital Geral João Batista Caribé, em Coutos, onde a espera era longa durante todos os dias. O auxiliar de produção, Hebert Luiz Abreu de Jesus, 37, morador defronte à Unidade de Emergência de Plataforma, garante que a unidade funciona de segunda a sexta-feira. “Toda hora chega alguém aí em busca de atendimento”, afirma. De acordo com a coordenadora da Unidade, Ana Paula Leite, a falta de médicos já foi informada à Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), porém os profissionais ainda não foram providenciados. “O nosso médico plantonista do domingo faleceu e por isso não estamos realizando o atendimento. Todos os funcionários estão na casa, porém sem um médico não é possível receber os pacientes. A Secretaria foi informada, porém os médicos ainda não foram enviados”, contou. Do lado de fora do Caribé, Samuel dos Santos Soares, 5 anos, aguardava ansioso o resultado dos exames, junto ao pai. “Ele estava com sintomas de dengue, por isso o trouxe até aqui”, contou Erivaldo Souza da Silva, 33, pai do menino, após duas horas de espera. Na sala de pediatria as duas especialistas de plantão eram insuficientes diante da quantidade de crianças a ser assistidas. “Só agora no turno da manhã atendemos mais de 20 crianças”, relatou a pediatra Camila Robouças, destacando que os sintomas mais freqüentes são febre alta e dores no corpo. “Mas a maioria não é dengue”. Apesar de a direção do hospital garantir que o quadro de médico estava completo – com três clínicos e dois pediatras – pessoas que aguardavam na fila de espera afirmaram que a falta de médicos e de medicamentos é uma constância. “Estive aqui ontem (sábado) com minha neta e me informaram que não havia médico especializado”, contou Janete Abdom Costa, 44, com a neta de apenas um ano nos braços. “Ela está com febre alta e vômito desde sexta-feira, e de lá pra cá não encontrei nenhum pediatra nos postos de saúde que fui”. Após ir a outras duas unidades, Sandra da Conceição, 32, partiu para o Caribé em busca do diagnóstico para a febre e dores no corpo, de sua filha, com apenas 4 anos. “Se ela não for atendida aqui, não sei o que vou fazer”, disse em tom de desespero. (Por Roberta Cerqueira)
Correio da BAhia
segunda-feira, 21 de abril de 2008
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