Mais um assassinato dentro de uma escola

Por Maria Célia Vieira

Mais um estudante morre dentro de uma escola. Desta vez a vítima estudava na Escola Estadual José Leitão, na cidade de Santa Luz, a 255 Km de Salvador, tinha 18 anos, e foi atingida por um colega que se encontrava armado com um canivete. Francisco José da Silva Santos, foi ainda socorrido, mas morreu a caminho de Feira de Santana. Antonio Sobrinho dos Santos Sena, 19 anos, acusado de ser o autor do crime, está preso na delegacia da cidade e deve seguir nas próximas horas para o Presídio de Serrinha. A escola está fechada. O porteiro informa que a cidade está de luto em função da tragédia. O enterro, em clima de muita dor e consternação, aconteceu no final da tarde de ontem, no Cemitério Municipal. Na unidade policial, os investigadores tentam entender a rixa de mais de dois anos que resultou na morte. Francisco estudava no turno noturno e foi a escola à tarde para tirar satisfação com o colega. Chegou a agredir Antonio com palavras e pontapés. Enfurecido, o rapaz sacou de um canivete escondido no bolso, e desferiu o golpe fatal. Francisco morava na Rua Rose Pedrosa, bairro de São Pedro. O estudante se mudaria de Santa Luz nos próximos dias. A irmã, Maria Virgínia Santos, 30 anos , radicada em São Paulo há três, chegava de viagem para fazer uma surpresa à família, e com a intenção de levar o irmão. Assustou-se ao ver um intenso movimento na casa da família, quando foi abordada por parentes que lhe deram a notícia. “Chegou para buscar o rapaz e encontrou foi seu caixão”, diz um rapaz, que não soube explicar se a família sabia deste desentendimento. O que todos podiam assegurar é que essas brigas já tinham sido registradas várias vezes, mas nunca com qualquer tipo de arma. Na escola o diretor não foi encontrado, e os professores, alegando respeitar a hierarquia, não disseram nada. “Sabemos apenas que foi no momento da troca de porteiros que tudo aconteceu”, diz o policial Ronaldo Adriano Almeida , explicando que foram ouvidos alguns alunos, sendo esperados para os próximos dias os depoimentos de funcionários da escola e de familiares dos estudantes envolvidos na tragédia. A polícia sabe apenas que a discussão que gerou a rixa e morte do menino Juan Sérgio, no final da manhã de segunda-feira ao sair do Colégio Adventista de Itapajipe, estava ligada a diferenças de times. Um era Bahia e outro Vitória. Não avançaram as investigações sobre o assassinato do estudante do Colégio Adventista. Rodrigo Silva Brito, de 20 anos, que teria dado fuga ao menor MSC, de 13 anos, foi solto. “Ele apenas ajudou um menino que estava apavorado e que lhe pedia para chamar a mãe”, disse o coordenador do SI da 3ª DP, Elson Leite. Também já se sabe que o revólver era de calibre 38, mas a arma não foi encontrada . Os investigadores descobriram que o jovem escondeu a arma dentro de um saco plástico após os disparos , e que possivelmente levou durante a fuga. Mas há informações de que pelo menos três homens, ligados a uma torcida organizada do Bahia estão sob suspeita e sendo investigados. No final da manhã de ontem, a camisa do estudante estava em uma das cadeiras do SI e três homens, todos eles conhecidos de MSC, sendo ouvidos. O trio garantiu que o menino só era visto na porta de casa e que nunca se envolveu com brigas ou qualquer tipo de violência.