domingo, 20 de abril de 2008

Caso Isabella põe em xeque papel da família
12:31
A grande exploração da mídia do assassinato da pequena Isabella Nardoni tem deixado muitas crianças alarmadas e pais preocupados. Acostumadas com o ideal de pai protetor, elas vêem no caso da garota, que tem o pai entre os suspeitos do crime, um exemplo que põe em xeque essa figura. Nas famílias, as reações têm sido as mais diversas possíveis.
Há crianças que não suportam mais visualizar as imagens que remetem ao crime na TV ou mesmo ouvir comentários sobre ele. Em contrapartida, há também as que vivem antenadas nos noticiários e tornaram o tema assunto principal das conversas no recreio da escola. Já os pais, convivem com o dilema se devem ou não abordar o assunto com os rebentos.
Antes do assassinato de Isabella, a estudante Janaína de Oliveira Castro, 11 anos, raramente prestava atenção aos programas jornalísticos. Agora, está sempre atenta e volta e meia discute as novidades do caso com a família. O interesse dela surpreendeu a mãe, a técnica de enfermagem, Patrícia Paixão de Oliveira, 33 anos.
“Como toda criança ela não gosta muito de jornal e agora relata tudo sobre o caso, quer entender por que um pai faria isso com um filho”, conta a mãe. Janaína, justifica o interesse explicando que quer saber se vão descobrir o autor do assassinato.
Diante das suspeitas de que o pai, o advogado Alexandre Nardoni, pode estar envolvido com o crime, Janaína não esconde a decepção: “É muito raro isso acontecer, por isso mexe com a gente”, diz a garota que define o pai como uma pessoa brincalhona, que briga na hora certa e, em vez de bater, prefere dialogar.
Na escola, elas e as amigas sempre discutem os novos fatos. Sequer foi anunciado o autor do crime, mas uma coleguinha já sinalizou o desapontamento que pode ter caso seja confirmada a suspeita de que o pai participou do crime: “Minha amiga disse que se tiver sido ele, ela vai perder a crença e o orgulho da humanidade”, contou.

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