Nome do PT sairá de pesquisa
Xando Pereira/Agência A Tarde

O presidente estadual do PT falou sobre a estratégia do partido
Patrícia França e Augusto Queiroz, do A Tarde
O PT vai contratar um instituto de pesquisa independente para escolher entre os pré-candidatos à Prefeitura de Salvador – os deputados federais Nelson Pelegrino e Walter Pinheiro, o Secretário Estadual de Promoção da Igualdade, Luiz Alberto, e o deputado estadual J. Carlos – aquele que reúne as melhores condições para levar o PT ao segundo turno nas eleições de outubro.
Capacidade de aglutinação dos aliados, potencial eleitoral, capacidade de ir ao segundo turno, presença social e visibilidade pública são alguns dos critérios que serão avaliados no levantamento. A informação é do presidente estadual do PT na Bahia, Jonas Paulo, ao explicar que o partido está empenhado em buscar o consenso em Salvador por meio de mecanismos objetivos de escolha.
Com isso, o PT pretende evitar a realização de prévias, o que poderia levar o partido a desgastes e divisões internas. Depois do PED – a eleição para escolha da diretoria partidária no Estado e em Salvador, que precisou da arbitragem da Executiva Nacional –, todos os esforços são na direção de uma decisão rápida e consensual. “Vamos definir o candidato, para depois decidir qual será a candidatura da frente (de partidos aliados). E isso passa pela realização de uma pesquisa de opinião e de uma avaliação técnica dos candidatos e de seu potencial”, disse Jonas Paulo, assegurando que todos os nomes colocados pelo PT estão dispostos a se submeter à essa regra.
Ressalvas – Mas não é bem assim. O recurso da pesquisa como um das alternativas a serem avaliadas para se buscar a unidade não encontra oposição dos pré-candidatos do PT. Porém, a sua utilização como instrumento definidor do processo de escolha do nome é visto com ressalvas por dois dos postulantes ouvidos por A TARDE.
O deputado Nelson Pelegrino, que pretende disputar a Prefeitura pela quarta vez , acha que pesquisa pode ser um dos instrumento para se chegar ao consenso. Assinala, porém, que não havendo acordo por este método, deve-se consultar as bases do partido. “As prévias ainda são o instrumento mais democrático de escolha”, diz o deputado.
O secretário Luiz Alberto entende que qualquer que seja o método de escolha deve-se primar por ser transparente e democrática, dando a todos os candidatos condições de igualdade para fazer a disputa interna. “A pesquisa é para ter cenários, tem muita objetividade, mas muita subjetividade”, disse ele. “Pesquisa não pode substituir os métodos democráticos de debate”.
Encontros – Para traçar a tática eleitoral, discutir candidaturas, política de alianças e programa de governo, o PT está promovendo encontros regionais e na Capital. “Queremos discutir sucessão em todos os 406 municípios onde o PT tem alguma forma de organização”, disse Jonas Paulo, que, ontem, visitou o jornal A TARDE e foi recebido pelo diretor-executivo da empresa, Sylvio Simões, acompanhado dos deputados federais do partido Nelson Pelegrino e LuIz Bassuma, e da vereadora Vânia Galvão, presidente do Diretório Municipal de Salvador.
Na capital baiana, Jonas Paulo disse que a preocupação do partido é com “os compromisso com Lula e sua vitória na Bahia em 2010”. Frisou que não se quer o rompimento com PMDB, principal aliado do governo Jaques Wagner, mas que João Henrique não foi capaz de aglutinar as forças aliadas, na medida em que surgiram várias candidaturas. “Agora, nós do PT queremos reaglutinar essas forças da base”.
O dirigente discorda das críticas do prefeito e do ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) de que houve traição do PT ao sair da aliança municipal. “Nós nunca traímos ninguém. Sempre fizemos um combate fechado na aliança PFL/PSDB e, agora, tucanos/DEM. Nunca estivemos ao lado das forças oligárquicas que comandaram a Bahia. Nossa política é de coerência e respeito aos aliados, com responsabilização coletiva. O PT não é o único responsável pelo governo Lula, tem também o PCdoB, o PMDB, o PSB, o PV, partidos que têm, inclusive, ministros de Estado”.