Governo e Prefeitura unidos contra a dengue
Noemi Flores
Divergências políticas à parte, o governo do Estado e a Prefeitura de Salvador estão unindo seus esforços para o combate à dengue na Bahia. O assunto passa a ser prioridade tanto para a Secretaria Municipal como a Estadual de Saúde, devido ao número alarmante de notificações desde o início do ano: 12.607 no estado e 196 em Salvador, com dois óbitos. Diante deste quadro, o governador Jaques Wagner mobilizou a sociedade e instala hoje, no Centro de Convenções, o Comitê Estadual de Combate à Dengue, com a participação da sociedade, organizações não-governamentais, sindicatos, associações de bairros, escolas, igrejas e governo. Na cidade, a preocupação é geral com o número de casos e moradores dos bairros mais assolados estão assustados. O Subúrbio Ferroviário é apontado como o maior percentual de pessoas infectadas 10,8 em Lobato e São João do Cabrito; 10,3% em Plataforma, seguidos de 9,60% nos bairros de Alto do Cabrito, Boa Vista do Lobato e Bela Vista do Lobato, de acordo com recentes informações da coordenaora municipal do Programa da Dengue, Eliaci Couto. A empregada doméstica Joselita Rodrigues, 53 anos, do Lobato, confessa que está apavorada e não sabe mais o que fazer, pois seus dois filhos já tiveram e até o netinho de cinco anos. “Acho que as pessoas deviam se unir e fazer mutirões em finais de semana para acabar com o lixo todo que há nas ruas e até mesmo nos quintais dos vizinhos”, reclama. A economista Judith Gonçalves, 48 anos, residente no Canela, concorda com a sua colaboradora e também admite que nos bairros considerados nobres, como o que ela reside, também existe muito desleixo dos moradores, principalmente em residências fechadas. “As pessoas não devem só esperar o governo, têm que também arregaçar as mangas e lutar para que não haja epidemia igual ao Rio de Janeiro. Aqui no prédio já criamos uma comissão só para isto. Procuro ler muito, inclusive através da leitura soube que o fumacê não serve para as larvas e sim para o mosquito”, confessou. Para a economista depende mais das pessoas que do próprio governo eliminar o foco. “Se cada um fizer por si, por sua família, for vigilante com seu espaço e até mesmo dos outros, observando toda a espécie de utensílios que poderá ficar com água parada e se transformar em um criatório para o mosquito, já estaremos eliminando de vez o grande foco”, aconselha. No interior do estado, em 417 municípios foram registrados casos da doença, transmitida pelo mosquito aedes aegypi , sendo apontados como os de maior incidência em Presidente Dutra, 2.440 casos, Irecê, 1.009 , Mulungu do Morro, com 760, Ubaí, 734 e Ibipeba, 632. O alerta da Vigilância é de que há circulação simultânea de vários tipos de vírus no território baiano: Den 2, Den 1, Den 3. O que significa que mesmo que a pessoa já tenha adoecido com a dengue poderá ser acometida novamente por uma destas infecções e o quadro evoluir para a forma hemorrágica da doença.
sexta-feira, 18 de abril de 2008
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