Apelo para evitar uma epidemia no Estado
Welton Araújo/Agência A Tarde
Secretário de Saúde, Jorge Solla, é ouvido pelo artista Carlinhos Brown
Adilson Fonsêca, do a Tarde
Na análise feita pelo governador Jaques Wagner, apesar de assustadores, os números da dengue no Estado não indicam um surto epidêmico, e a situação ainda pode ser considerada sob controle. Mas o avanço da doença, principalmente no interior do Estado, fez com que fosse criada, desde esta sexta-feira, 18, uma espécie de força-tarefa para mobilizar entidades públicas e privadas, e até mesmo segmentos das Forças Armadas, numa campanha de combate à doença.Em apenas três meses e meio, já são 12.607 casos de dengue confirmados na Bahia, com quatro mortes causadas pela doença do tipo hemorrágico. As mortes ocorreram nos municípios de Lauro de Freitas e Itagibá. Os números são quase o equivalente ao verificado em todo o ano passado, quando foram registrados 14.174 casos, com quatro mortes pela dengue hemorrágica.Mesmo não considerando a existência de um surto epidêmico da dengue, o governador fez um apelo a todas as entidades para que se engajem na campanha lançada nesta sexta pela manhã, no Centro de Convenções. Segundo ele, o programa estadual de combate à dengue é “para evitar que venhamos a passar pela mesma situação do Rio de Janeiro, onde a doença se alastrou”.A campanha, coordenada pelo governo do Estado, envolve artistas consagrados da música baiana, como os cantores Carlinhos Brown, que assina a peça publicitária a ser veiculada nas emissoras de televisão, Margareth Menezes e Ivete Sangalo, entre outros. A partir do próximo dia 30, a campanha vai ser intensificada nas escolas públicas da capital e interior, com apresentação de peças, distribuição de folhetos e realização de “faxinaços”.SEM PÂNICO – A Bahia é o primeiro Estado da Região Nordeste e o segundo no Brasil (o primeiro foi o Rio de Janeiro) a implantar um programa de âmbito estadual em conjunto com o governo federal para combate à dengue.Jaques Wagner preferiu não se referir ao avanço da doença como uma tendência indicativa de uma epidemia e disse que a situação está sob controle. Mas alertou que, se não houver uma mobilização da sociedade como um todo, o quadro pode piorar. “Não posso dizer que não existe esse risco de epidemia. É por isso que estamos trabalhando para evitá-lo, sem, contudo, que se configure uma situação alarmante”, disse.A iniciativa foi elogiada pelo secretário nacional de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Gerson Penna, que veio a Salvador participar da solenidade, em lugar do ministro Eduardo Temporão. Segundo ele, tanto o governo federal quanto o estadual e, principalmente, as prefeituras têm responsabilidade pelo avanço ou não da doença, “cujo combate é de responsabilidade de toda a população”, disse.APOIO – Nas principais avenidas em Salvador, já foram espalhados outdoors da campanha de combate à dengue. A capital, por ser a cidade de maior população no Estado, também vai receber o apoio de 170 soldados do Corpo de Bombeiros e 200 funcionários vindos do interior para ajudar no trabalho de visitas às casas e na distribuição de material educativo à população.Nesta sexta-feira, no Centro de Convenções, foi exibida a peça publicitária que está sendo veiculada nas televisões, mostrando o cantor Carlinhos Brown como artista principal. Já o Comando dos Fuzileiros Navais vai desenvolver uma campanha de esclarecimento junto às populações que residem nas comunidades próximas às vilas militares.O governador disse que o apoio das Forças Armadas será “bem-vindo”, mas, que, diferentemente do Rio de Janeiro, onde a doença já assumiu feições de uma epidemia, não será preciso colocar soldados nas ruas. “Mas, sim, como agentes multiplicadores, assim como as associações de bairros e a igreja”, disse ele.
sábado, 19 de abril de 2008
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