terça-feira, 22 de abril de 2008

Adolescente comanda execução de 3 jovens
Por Maria Célia Vieira

Um adolescente de 17 anos conhecido como “Doidinho coordenou todo o processo que culminou com o a execução de Roberto Messias Ribeiro, 17 anos, André Luiz dos Santos, 16 anos, e de Marcos Antônio de Souza Argolo, 17 anos. O triplo homicídio aconteceu na madrugada da última terça-feira, na Rua do Cobre, Ilha Amarela. Os três rapazes morreram porque deviam R$ 450,00 ao traficante “Aladim”, que comanda uma boca de fumo ma Invasão da Polêmica, em Periperi, área onde "Doidinho" é conhecido e temido pela frieza e crueldade com que trata suas vítimas.
O crime foi desvendado pelos agentes policiais da 5ª Delegacia, a partir da prisão do auxiliar de pedreiro José Augusto de Jesus, 25 anos, conhecido como “Cascudo”, apresentado ontem à imprensa pelo delegado Deraldo Damasceno. O suspeito entregou todo o grupo, informando que a matança foi praticada por Bidi, Lucas, “Miço”, Nilson, Edmar e “Doidinho”. Todos eles estão sendo caçados pela equipe da 5ª DP.
Os jovens assassinados eram moradores do Conjunto Vila Verde, na Estrada Velha do Aeroporto. Eles passavam o final de semana na casa de uma tia de Marcos Antônio, no bairro do Lobato. A polícia apurou que o grupo devia aos traficantes e quando estava na praça foi abordado, intimidados e levado para um esconderijo na própria Invasão da Polêmica. Por lá as vítimas ficaram até o início da madrugada do dia 16.
De acordo com “Cascudo”, Marcos Antônio tentou negociar. “Ele queria dividir em parcelas o débito, mas “Doidinho” não aceitou a proposta e decretou a sentença de morte. Ninguém considerou as súplicas e choros dos meninos. Levados para a Rua do Cobre, em Ilha Amarela, foram executados com vários tiros, principalmente na cabeça.
Jovem, estatura média, magro, olhar duro e querendo se mostrar indiferença à situação, “Cascudo” não demonstrou arrependimento . “Arrepender de quê? Fiz o que tinha de ser feito. Eram eles ou minha mulher e meus dois filhos”, disse, tentando buscar argumento para a execução. José Augusto mostrava-se consciente do delito cometido. Informou que até um mês atrás era ajudante de pedreiro. Depois disso, foi fazer serviço para Aladim e, pressionado, aceitou participar do triplo homicídio.

Polícia caça “Doidinho”

O titular da Delegacia de Periperi já sabe quem é “Doidinho”. Uma foto três-por-quatro descansa na mesa do policial, que espera para os próximos dias sua prisão. “Ele tem apenas 17 anos. É o terror na Invasão da Polêmica”, diz, explicando que foi esse mesmo “Doidinho” quem abordou os garotos, ameaçou o grupo de jovens com a arma e chamou os colegas para transportá-los no porta-malas de um veículo Logus prata e de um Gol também preto.
Com “Cascudo” os policiais prenderam também o cabeleireiro Adilton Mendes Gamosa, o “Cachorrão”, 32 anos, e o auxiliar de pedreiro Paulo César Morais Andrade, 21 anos. Enquanto Adailton assume apenas ser o olheiro da quadrilha de Aladim”, Paulo confessa ter matado um homem - Jadson Santos Silva - no dia 4 de abril, por vingança , além de ficar de vigia na “boca”, mas nega qualquer envolvimento com a morte dos três rapazes. “Apenas ficava olhando para ninguém invadir a área”. Os familiares das vítimas estiveram durante toda a tarde na delegacia. Não querendo ser fotografados ou identificados, informaram que Roberto era estudante do colégio Célio Nogueira, André e Marcos, freqüentava o colégio estadual Padre Palmeira. Admitiram que os adolescentes eram usuários de drogas, mas desconheciam os débitos com a compra do entorpecente. “Eles saíram para um final de semana apenas”, lamentou a mãe de André.


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