sexta-feira, 30 de maio de 2008

Tolerância zero para o motorista que bebe



Por Karina Baracho)

Segundo dados fornecidos pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), pelo menos 30% dos acidentes nas rodovias federais envolvem motoristas embriagados. Desde o dia 1 de fevereiro, pelo menos 1607 estabelecimentos foram visitados e 345 notificados, pela venda de bebidas alcoólicas nas BRs. Na Bahia existem 26 postos de fiscalização, cada unidade possui um etilômetro – aparelho que mede a quantidade de álcool que o condutor ingeriu. A PRF afirmou que vai intensificar a fiscalização depois que a tolerância para a ingestão de bebida for zero, ou seja, o condutor não vai poder beber nenhuma quantidade de álcool. Se a substância for encontrada, mesmo que em pequena quantidade no sangue, o condutor vai sofrer pela infração cometida. Desde que foi criada, a Medida Provisória (MP) vêm dividindo opiniões entre motoristas e pedestres. Os bares e restaurantes das rodovias federais estão proibidos de comercializar e oferecer qualquer tipo de bebida que contenha álcool. O intuito é de que os acidentes, principalmente com vítimas, diminuam. “Acho muito importante essa medida. Direção e bebida não combinam. Além da vida de quem as ingere, outras pessoas correm risco com essa atitude”, disse o funcionário público, Altamiro Gonçalves, 27 anos. “Uma cerveja não tira a capacidade, nem a coordenação motora de uma pessoa normal, a não ser que ela faça uso de algum tipo de medicamento forte”, disse o engenheiro Jorge Silva, 52 anos. Ele destacou que sempre que viaja não bebe, mas na cidade é mais complicado obedecer essa lei. “Muitas vezes saímos do trabalho cansados e loucos para tomar uma antes de chegar em casa só para relaxar. Um copo não tira a minha condição de conduzir um carro”. A médica Rita Oliveira, 45 anos achou a MP absurda. “É horrível. Vamos sair e não podemos beber nem uma taça de champagne”?. De acordo com ela, o que precisa melhorar no trânsito brasileiro é a educação dos motoristas. “Tem gente que, mesmo sóbria faz atrocidades quando está na direção de um veículo. A consciência é fundamental nessas horas. Além da responsabilidade”. Vendedores reclamam – “Isso é um absurdo. Aqui ninguém bebe para ficar bêbado, mas para relaxar antes de pegar a estrada”, disse o vendedor ambulante Mário Freitas, 23 anos. Ele, que trabalha à margem de uma rodovia destacou que os motoristas devem ter responsabilidade quando assumem a direção de um carro. “Se vejo que o meu cliente está bebendo mais do que deve suspendo a venda”, afirmou. Com um estoque grande de cervejas e afins, o comerciante destacou temer perder os produtos. “Não tenho onde comercializá-los a não ser aqui. Todos têm prazo de validade. As cervejas por exemplo não podem ser tiradas da geladeira para depois serem recolocadas, pois ficam ruins. Deveriam nos dar um prazo para terminar o estoque que temos”. Mesmo com a MP em vigor e a fiscalização da PRF, nossa equipe de reportagem conseguiu verificar a venda indiscriminada de bebidas alcoólicas na BR 324, que liga Salvador a Feira de Santana. Muitos ambulantes continuam com seus comércios naquele local. Onde também acontece o transporte clandestino, ou seja, enquanto aguardam passageiros os motoristas bebem “um pouquinho” no intuito de relaxar durante as vagens. (

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