sexta-feira, 30 de maio de 2008

Lucas morreu porque teria visto cena proibida entre pastores

Maria Celia Viera

O estudante Lucas Terra morreu no dia 21 de março de 2001 porque teria presenciado cenas de homossexualismo entre o bispo Fernando Aparecido da Silva, 31 anos, e o pastor Joel Miranda , 42 anos, que está foragido no Rio de Janeiro. Isso foi dito ontem no plenário do Tribunal do Júri pelo pastor Silvio Roberto Galiza, condenado pela morte do estudante, queimado vivo em março de 2001. Galiza afirmou que Fernando e Joel mataram o menino. A acareação prevista para acontecer ontem após a audiência, presidida pelo juiz Vilebaldo Freitas, foi transferida para a próxima terça-feira, no salão do Júri, às 8 horas. Ao voltar a jurar inocência, Galiza assegurou para o juíz e para o promotor Davi Gallo que essas declarações somente agora estão sendo feitas porque na época do crime ele e seus familiares estavam sendo ameaçados de morte. Informou também que representantes da Igreja Universal do Reino de Deus propuseram a ele deixar o País e se radicar na África até que tudo se solucionasse. Na presença do promotor Davi Gallo e dos advogados do bispo, Silvio Galiza assegurou que não presenciou a morte do garoto e voltou a acusar Fernando e Joel. Em seu relato, que durou parte da manhã, Galiza contou que Lucas Terra fora levado para a Igreja no bairro do Rio Vermelho, onde ele se encontrava. Ele acredita que a idéia era afastar qualquer suspeita do que viriam a praticar mais tarde. Logo que chegaram Fernando teria determinado ao adolescente que ligasse para a família e informasse onde estava e com quem estava. Após isso, solicitou a Galiza lanche para Lucas, que quis acompanhá-lo. Galiza contou a trajetória até a loja de conveniências. Dentro do carro do ex-pastor, Lucas estaria com os olhos marejados. Contou o que teria presenciado e que por este motivo fora agredido pelos dois pastores. Teria mostrado inclusive uma marca no pescoço, resultado de uma “chave de braço” que teria sido dada por Fernando. No retorno à igreja, o bispo teria puxado o adolescente pelo braço e arrastado para o carro, saindo em seguida. Daí Galiza assegura que não mais viu Lucas. O caixote com um corpo no gabinete de Fernando que teria visto, em momento algum disse poder imaginar que seria do jovem. Somente dias depois soube que o corpo encontrado num terreno baldio na Avenida Vasco da Gama era do menino. O depoimento foi ouvido anotado e oficializado. Na próxima semana o ápice do caso acontece com a acareação, marcada pelo juiz para o mesmo local, quando se descobrirá maiores detalhes e a definição sobre a autoria do crime que chocou a população de Salvador há sete anos. Galiza está condenado a 18 anos de prisão, e cumpre pena no Presídio Salvador. (Por Maria Celia Vieira)

Nenhum comentário: