sexta-feira, 30 de maio de 2008

Eu te amo, tu me amas...


Tribuna da Bahia

O PT baiano, quem diria, prepara um verdadeiro golpe de mestre. Se as informações de fontes do próprio partido procederem, a legenda estará “matando” dois, dez mil eleitores numa imensidade de urnas. Explicando melhor: costura-se, internamente, a composição de uma chapa puro sangue para disputar a prefeitura de Salvador. À frente, sua excelência o deputado federal Walter Pinheiro. Adivinhe quem seria seu companheiro de chapa na vice? Quem cravou no também deputado federal Nelson Pelegrino acertou na Mega-Sena. Ambos disputaram as prévias da legenda e, mesmo na condição de derrotado, mas em nome da unidade partidária, Pelegrino começa a ser mimado para dividir o mesmo palanque com Pinheiro. O PT não quer repetir a experiência de 2004 quando teve como vice o hoje deputado estadual do PCdoB, Javier Alfaya. Pergunta-se: para onde iria a provável vice de Walter Pinheiro, a vereadora comunista Olívia Santana? A princípio para onde bem lhe der na telha. Há quem defenda uma encenação teatral. Olívia faria de conta que foi convidada a ser vice, Pinheiro e o PT fariam de conta que aceitariam, mas, na hora agá, por razões que a própria razão desconhece, o PCdoB decidiria bancar candidatura própria à sucessão de João Henrique. Sacou? No final, todos sairiam felizes e sorridentes até que a próxima eleição os separassem. Ou os juntassem novamente. Claro que estamos falando em primeiro turno. E a companheira Lídice da Mata e o seu PSB? A deputada socialista é citada toda vez que se fala em eleição municipal. Ela quer disputar, mas não quer perder o pleito. O dilema, para ela, pode ser facilmente resolvido. Lídice (acredite, se quiser) não é candidata, neste momento, sob qualquer hipótese, ao Palácio Thomé de Souza. Vai apoiar o PT, mas desde quando os petistas, gentilmente, assumam o compromisso de dar-lhe as mãos para o Senado em 2010. É tudo o que ela quer. É tudo o que o PT precisa. Um detalhe: Lídice correria atrás da vaga ao Senado (são duas, em 2010) e o atual secretário estadual de Turismo, Domingos Leonelli tentaria retornar à Câmara dos Deputados. O sonho, como todos os sonhos, não é impossível. Mas tem um senão deste tamanho! O PR presidido pelo senador César Borges na Bahia vai assumir a Secretaria de Agricultura. Sai Geraldo Simões e entra o ex-deputado Pedro Alcântara. Simões estava licenciado do mandato em Brasília. Ele retorna à capital federal e traz de volta à terrinha o agora ex-deputado Joseph Bandeira, também do PT. Bandeira é candidato do PT a prefeito de Juazeiro. Terá o apoio de Alcântara, de quem já foi inimigo, mas por quem hoje morre e mata de amores. Sem Bandeira não teria a ambiciosa pasta da Agricultura. César Borges está serelepe. Cede Alcântara, fecha acordo político com o governo do Estado (seu porta voz é o deputado José Rocha), namora com o presidente Lula lá em cima e, aqui embaixo, manda selinho para Wagner. César (vamos dar a ele o que é de César) vai disputar a reeleição. Espera, pois, que o PT baiano faça uma pajelança especialmente para ele, capaz de içá-lo novamente à Câmara Alta. Pode ser que sim. Pode ser que não. Dedução: o PT parece estar por cima da carne seca. Lídice o quer como companheiro em 2010 para o Senado e César Borges, ao que tudo indica, também. Conclusão: nos dias de hoje e a dois anos do próximo pleito, desconfio que muita gente ainda acredita em Papai Noel, em Saci Pererê, na Caipora e no Super Homem. Confesso que até pouco tempo acreditava em Super Homem. Me decepcionei depois que ele caiu do cavalo, ficou tetraplégico e, infelizmente, morreu.

Nenhum comentário: