Maratona de Lula começou em Catu e Lauro de Freitas

A apertada agenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Bahia ontem começou logo no inicio da manhã, no município de Catu, quando ele acompanhou a aplicação do primeiro ponto de soda do Gasoduto Cacimbas-Catu, o terceiro e último trecho do Gasoduto Sudeste-Nordeste (Gasene). A obra possui um orçamento de R$3,1 bilhões e servirá para o transporte de gás natural entre o terminal de Cabiúnas, no Rio de Janeiro, e a cidade baiana. A comitiva do presidente chegou ao município de Lauro de Freitas quase ao meio-dia, onde quase duas mil pessoas já o aguardavam. Em Lauro de Freitas, o presidente Lula anunciou obras do PAC do Desenvolvimento Urbano para o município, assinada pelo ministro das Cidades, Márcio Fortes, no valor de R$ 38 milhões, sendo R$ 20 milhões para o bairro de Itinga e R$ 18 milhões para outras localidades. Para os municípios baianos o presidente disse que assinaria com o governador Jaques Wagner ordens de serviços no valor de R$ 467 milhões. Do total, Lula disse que mais de 300 municípios baianos têm obras com convênios entre o governo federal e as prefeituras. O presidente Lula criticou os administradores públicos “que não gostavam de cuidar do saneamento básico, mas gostavam de placas. A grande homenagem para nós é ver uma criança pisando na rua sem esgoto a céu aberto”, disse. O presidente criticou também àqueles que o discriminavam quando ele ainda disputava a Presidência da República, tachando-o de despreparado por não possuir um bom nível de escolaridade. “Cansei de ouvir: Lula não pode governar porque é analfabeto”. Dizendo-se feliz, mas que ainda teria mais coisas a realizar, ele disse: “Estou provando que burro é quem compreende inteligência como ano de escolaridade”, disse, sem mostrar humildade. O presidente Lula enalteceu também os avanços do seu governo na área social, destacando a criação dos ministérios da Igualdade Racial, dirigindo-se aos negros e às mulheres. “Nunca o negro foi tão reconhecido como neste governo”, pontuou. Lula enalteceu o quanto pôde as obras do PAC em todo o País, e, em especial, as que ele estava assinando para o município de Lauro de Freitas. “Mas nós não estamos resolvendo todos os problemas”, admitiu. O presidente falou ainda da situação confortável da economia brasileira, mesmo diante da crise que afeta os Estados Unidos e outras potências mundiais. Brincando com o público, Lula simplificou o atual estágio da economia brasileira, mostrando a sua grande capacidade de comunicação. “Disseram que nossa economia estava light. Vocês pensam que isso é sorvete? É que nossa economia está bem. O Brasil tá chique”, brincou. O presidente também cutucou a aposição ao lembrar da convocação da ministra Dilma Rousseff ao Senado. “Acharam que a gente tinha medo do debate. Quem fala a verdade, conversa até com o diabo e sai de cabeça erguida”, provocou. Logo na abertura do seu discurso Lula justificou que a ministra Dilma, batizada por ele como “mãe do PAC”, não iria falar por conta do tempo. Em determinado momento, o presidente foi ligeiramente interrompido por aplausos dos estudantes, que chegaram a gritar “Lula outra vez”. Sem se livrar da armadilha do discurso, o petista praticamente assumiu um tom de campanha no palanque: “Vocês não podem uma hora bater palmas para Dilma e outra hora pedir Lula outra vez”, disse, corrigindo os estudantes. O governador Jaques Wagner foi o penúltimo a falar em Lauro de Freitas. Ele aproveitou para agradecer as obras de investimentos do PAC anunciadas pelo presidente Lula e fez um balanço das ações de um ano e cinco meses do seu governo. “Itinga simboliza tudo o que o senhor vai fazer na Bahia, presidente”, disse. Wagner voltou a reforçar a importância das obras do Complexo 2 de Julho, a Via Expressa, além de ter anunciado a abertura de 185 postos de atendimento de saúde para os municípios baianos. O governador também agradeceu à ministra Dilma Rousseff e elogiou “a sua capacidade de liderar os ministros para fazer o País crescer”. Ele destacou ainda que “as obras do Gasoduto que liga o sistema do Sul ao Nordeste, em Catu, vão beneficiar 7 mil trabalhadores durante 25 meses.”A prefeita Moema Gramacho, anfitriã, foi a primeira a falar. Ela agradeceu as obras liberadas pelo presidente Lula e o governador Wagner para Lauro de Freitas, destacando o projeto Segundo Tempo, a Escola Aberta, os postos odontológicos, ambulâncias, as 239 casas concluídas em 2006 no bairro de Portão, o Centro de Cultura Afro, além de mil e cem casas que estão em construção, entre outras. Presente, o ministro Márcio Fortes fez uma breve explicação sobre o PAC, depois assinou as ordens de serviços junto com a prefeita Moema Gramacho no valor de R$ 38 milhões. A extensa lista de autoridades presentes na solenidade de Lauro de Freitas constou, além do presidente Lula, do governador Jaques Wagner e da prefeita Moema Gramacho, dos ministros Geddel Vieira Lima (Integração Nacional), Marcio Fortes (Cidades), Dilma Rousseff (Casa Civil), os senadores João Durval (PDT), César Borges (PR), os deputados federais José Rocha (PR), Daniel Almeida e Alice Portugal (PCdB), Lídice da Mata (PSB), Colbert Martins e Raimundo Veloso (PMDB), Nelson Pelegrino, Walter Pinheiro, Sergio Carneiro, dentre outros. (Por Evandro Matos)