Posse de novos secretários marcada por críticas ao PT
Osvaldo Lyra Tribuna da Bahia
O ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (PMDB), voltou a criticar ontem o PT durante a posse dos secretários de Saúde, José Carlos Brito, de Governo, Pedro Dantas (PMDB), e de Transportes e Infra-Estrutura, Almir Melo (PMDB). Mesmo sem citar o nome do partido, o ministro mandou um recado, ao “aconselhar” o novo secretário de Saúde. O peemedebista disse que sua história de vida “nunca foi marcada pela traição, mas sim pela lealdade e pelo compromisso”.
Geddel disse ainda que o novo gestor deve buscar ouvir a todos antes de tomar suas decisões, “mas que não demore muito para adotá-las, já que a população quer atendimento e não pode ser prejudicada por intermináveis rodadas de negociação”. Isso, segundo análise dos próprios aliados, numa clara alusão à postura dos petistas, que protelaram por diversas vezes a saída da gestão pública.
Para Geddel, os primeiros resultados na área poderão ser verificados em um curto espaço de tempo. “Em dois ou três meses já dará para sentir uma melhora significativa na saúde, principalmente no que diz respeito ao atendimento prestado na capital baiana”. Diante da afirmação, o secretário empossado prometeu restabelecer de forma rápida os serviços oferecidos pelo município, entre eles o Programa de Saúde da Família (PSF) e o combate à dengue.
“Vai ser muito difícil assumir a secretaria em meio a uma grande crise, mas vamos trabalhar muito em parceria com o governo estadual para transformar o quadro atual de Salvador”, prometeu Brito, ao reafirmar que a saúde da capital é “predominantemente ruim”. Já o prefeito João Henrique (PMDB) ressaltou as dificuldades enfrentadas pelo poder público para gerir, com qualidade, a saúde de uma metrópole como Salvador, mas disse que “quanto maior o desafio, maior a oportunidade de realizar um trabalho com competência e qualidade”. O evento, realizado ontem à tarde, lotou as dependências do Centro Cultural da Câmara de Vereadores, onde ocorreram as posses. O secretário estadual de Saúde, Jorge Solla (PT), também participou do evento.
Economia - Pela manhã, quem ampliou a participação na prefeitura de Salvador foi o PP. O economista Adolfo Gonçalves Cavalcante tomou posse como novo secretário de Economia, Emprego e Renda (Sempre), através de indicação do partido. O economista disse ter como referência a melhoria da qualidade de vida da população, “oportunizando significativas mudanças para a sociedade”.
Presente na cerimônia, o presidente da executiva estadual do PP, deputado Mário Negromonte, disse que a aliança com o prefeito, além de política e administrativa, também é eleitoral. Sobre o rompimento do PT com o prefeito, ele classificou como “prematuro”. “Vejo que o PMDB em Salvador, pelas pesquisas, tem o nome mais forte da base aliada. É um critério que deveria ser respeitado”, frisou. O deputado federal João Leão (PP) também marcou presença na solenidade. Hoje, vão tomar posse os novos secretários de Reparação, Sandro Correia (PDT), e de Desenvolvimento Social, Eliel Santana.
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Vereadores condenam troca-troca
Vereadores das duas bancadas de oposição na Câmara criticaram ontem a “excessiva dança das cadeiras” que atinge a administração do prefeito João Henrique (PMDB). Ao longo dos últimos três anos e quatro meses, já passaram pela prefeitura 51 secretários e 39 superintendentes e presidentes de autarquias. De acordo com o vereador Paulo Magalhães Júnior, líder do bloco Democratas, PTC e PTN, “a mudança desenfreada na gestão pública demonstra a total instabilidade do prefeito peemedebista”. “Não é possível que tantos profissionais tenham passado pela equipe de governo e não tenham conseguido permanecer. Acredito que não seja por incompetência deles, mas por total falta de liderança do chefe do Executivo”.
O vereador tucano José Carlos Fernandes, do bloco PCdoB, PSB, PSDB, PPS, foi mais irônico e disse que a gestão atual “deve figurar, com toda justiça, no Livro dos Recordes”. “O numero 51 pode até sugerir uma boa idéia, quando se trata de cachaça. Mas, na verdade, trata-se de um porre para a população que sofre diariamente com as conseqüências oriundas da falta de liderança do prefeito João Henrique. É triste, mas esses números traduzem o retrato de uma péssima prática administrativa”, disse, ao questionar ainda o motivo de tantas nomeações em um espaço tão curto de governo. “Quais os critérios que nortearam essa verdadeira feira de cargos públicos? Nenhuma estrutura administrativa, publica ou privada, resiste a tantas mudanças. Uma verdadeira aberração”.
Em resposta, o líder do PMDB na Câmara, vereador Silvoney Sales, ironizou os ex-aliados e disse que a elevada substituição “expressa a dinâmica do prefeito João Henrique e não a instabilidade, como tentam propagar os oposicionistas”. Para ele, “eram 15 partidos instáveis e hoje são quatro fiéis à frente dos destinos da cidade”. “É muito melhor saber com quem contar do que viver fazendo contas”. (OL)
terça-feira, 15 de abril de 2008
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